Depois de confirmar a maior participação do Brasil na história do Tênis em Cadeira de Rodas nos Jogos Paralímpicos de Londres-2012, neste sábado o país teve a confirmação de sua primeira representante feminina na competição com o convite da Federação Internacional de Tênis (ITF) a Natália Mayara.
Com apenas 18 anos, a pernambucana é a 27ª do ranking e será a quinta atleta brasileira do Tênis em Cadeira de Rodas nas Paralimpíadas. Além dela, competem Carlos Jordan Santos, Mauricio Pomme, Daniel Rodrigues e Rafael Medeiros.
“Gostaria de parabenizar a Natália por esta conquista e também a Confederação Brasileira de Tênis, que conseguiu em quatro anos mais do que dobrar o número de atletas na delegação nacional. Isto comprova que quando existe trabalho de qualidade e parceria entre a confederação e o CPB os resultados aparecem”, disse Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).
O trabalho de desenvolvimento da Confederação Brasileira de Tênis para chegar a este resultado começou em 2008, quando foi traçado um plano estratégico para aumentar a participação do país nos Jogos Paralímpicos.
“Fizemos um planejamento que conseguiu otimizar os recursos e melhorar os resultados. Procuramos mandar os atletas para torneios diferentes, onde eles não se enfrentariam. Outro fator importante foi que os nove torneios nacionais se tornaram internacionais, valendo pontos para o ranking. Ficou mais barato brigar por uma boa posição entre os melhores do mundo”, afirma Jesus Tajra, vice-presidente da CBT.
Com apenas 18 anos, Natalia ficou empolgada com a oportunidade de disputar pela primeira vez uma Paralimpíada antes do que havia planejado, que era nos Jogos do Rio-2016.
"É uma emoção muito grande. Batalhei muito pela vaga, mas não esperava conseguir ir à minha primeira Paralimpíada já em 2012. Em dois meses, consegui saltar da 42ª para a 27ª colocação no ranking mundial. Estarei entre as melhores do mundo em Londres e tentarei não me deixar levar pela pressão. Meu foco principal é Rio 2016 e Londres será uma grande experiência. Não irei apenas para participar, vou para dar o meu melhor”, afirma a tenista.
Coordenador da modalidade no Brasil, Wanderson Cavalcante, primeiro e atual técnico da tenista comentou que antes de receber a notícia, perguntou à atleta o que ela faria se conseguisse a vaga.
“Ela disse que tudo mudaria e que iria quadriplicar o esforço para chegar e jogar bem em Londres. Receber a notícia da convocação da Natália foi uma mistura de sentimentos tanto pessoais quanto profissionais. Ela treina comigo desde os 12 anos, desde o ensino de como pegar na raquete até essa vaga”, lembrou emocionado.
“Como Confederação Brasileira de Tênis trabalhamos muito ao longo desses anos. Foram torneios internacionais, muitas horas de treino. Acredito que a ida dela tende a fazer com que a presença feminina na modalidade cresça aqui no Brasil. Ela não irá apenas para participar, mas em condições de jogar bem e brigar pelo pódio”, completa Wanderson.