Técnicos e jogadores comemoram melhor Campeonato Brasileiro Infanto-juvenil em quatro anos
Técnicos e jogadores comemoram melhor Campeonato Brasileiro Infanto-juvenil em quatro anos 14 Jul 2010

O Campeonato Brasileiro Infanto-juvenil 2010 será lembrado como o melhor campeonato nacional dos últimos quatro anos. O maior torneio infanto-juvenil do país voltou a montar uma boa estrutura na Academia de Tênis Resort, em Brasília, reduziu os erros cometidos nas edições anteriores e voltou a ser visto por técnicos e tenistas com ainda mais prestígio.

 

Nesta edição do Brasileirão, o Departamento Técnico da CBT dividiu as categorias em dois, criando a chave principal, que pontua para o Ranking Nacional como torneio de Grupo A, a mais alta pontuação do calendário nacional, e criou a chave secundária, que pontua como torneio de Grupo I. A mudança foi feita visando privilegiar os jogadores que estariam fora da chave principal, criando uma chave exclusiva para os mesmos e fazendo com que eles também disputem o torneio durante toda a semana, e fez com que a chave de Grupo A tivesse um nível técnico maior, reunindo os melhores da categoria no país.

 

"Eu gostei da mudança, alguns dos meus jogadores só vieram por conta desta outra chave. E quanto à organização, é a melhor de todos os anos", opinou o técnico Carlos Omaki, que tem 17 jogadores neste Brasileirão. "Acho que o formato nivela as chaves tecnicamente e privilegia todos os jogadores. Neste formato, as chaves ficam mais duras e mais disputadas, não corremos o risco de termos jogos muito fáceis ou desnivelados", completou o paranaense Alecsandro Andreoli.

 

Na edição 2010 do Campeonato Brasileiro Infanto-juvenil, 522 tenistas de 24 Estados viajaram para Brasília para tentar o título de Campeão Nacional. Ao todo, serão utilizadas 35 caixas de bolas Head, totalizando 2.520 bolas novas no total, até o final do torneio. Até o fim do torneio, serão consumidas 5 mil garrafas de água no total. Todos os 522 inscritos receberam a camiseta oficial do torneio, assim como os quadrifinalistas, semifinalistas e finalistas do torneio, totalizando 662 uniformes de jogo distribuídos pela organização.

 

A chave principal, reduzida entre terça-feira e sábado, teve rodada dupla nesta terça e quarta-feira. Para o gaúcho Fernando Roese, campeão pan-americano como jogador em 1987, ex-Top 100 e ex-treinador de Ricardo Mello e Flávio Saretta, entre outros, o fato dos jogadores jogarem duas vezes no mesmo dia não atrapalha, e algumas vezes ajuda. "Eu acho que até é um hábito bom eles começarem a jogar dois jogos no mesmo dia, para que eles se tornem até mais fortes mentalmente, saibam lidar com essas situações, até porque mais pra frente eles podem ter que lidar com isso como profissional. Claro que não deve ser uma regra, mas aqui, onde a organização quis dar mais chances para os meninos que estariam no quali, eu acho válido", completou.

 

Na Academia de Tênis Resort, em Brasília, a organização do Mês do Tênis, que reúne a Copa das Federações e o Brasileirão 2010, mobilizou 14 árbitros, além do árbitro-geral, George Higuashi, além de 13 membros do staff, dez fisioterapeutas, 28 boleiros, além de alimentação e hospedagem dentro da Academia de Tênis e mais três hotéis pela Capital Federal, com transporte gratuito diário desde o dia 07 de julho. A academia oferece 17 quadras de jogo, todas com algum tipo de merchandising. Os tenistas que disputam o Brasileirão também tem acesso a lan-house e internet gratuita, agência de turismo, loja de material esportivo da Head, parceira da CBT, além de poderem participar de palestras do Departamento Infanto-juvenil da CBT e da Capacitação de Professores.

 

O treinador Santos Dumont, natural da Capital Federal e pai do tenista Pedro Dumont, acredita que a estrutura do Mês do Tênis não deixa a desejar para nenhum torneio brasileiro ou latino-americano infanto-juvenil. "A organização está excelente, nada a reclamar. Bolas, quadras, água, arbitragem, tudo. O Pedro tem recebido apoio da parceria CBT/Correios desde o início da carreira, e isso tem ajudado muito o desenvolvimento dele", completou.

 

O treinador Rafael Westrupp concorda com ele, e acredita que a organização do Mês do Tênis deve ser um exemplo para os outros torneios do continente. "Acho que se compararmos com todos os outros anos, a organização melhorou bastante. Hoje os atletas têm todas as facilidades à disposição aqui, a equipe da CBT tem se esforçado para resolver os eventuais problemas que aparecem, não deixa a desejar para nenhum torneio do Brasil ou dos ITFs da América da Sul. Esta estrutura tem de ser tomada como exemplo para as próximas edições e também para outros torneios do calendário", concluiu.

 

Mesmo com 191 jogos na terça e mais 162 jogos nesta quarta, os técnicos elogiaram o andamento dos jogos. "A molecada sempre tem que jogar de acordo com a programação, que tem sido muito boa. Eu, na idade deles, não reclamava não. Eu entrava lá e jogava. Se compararmos o Brasileirão com os torneios juvenis do mundo, acho que não deve nada pra nenhum torneio do mundo", completou José Amin Daher, ex-jogador e técnico de 12 jogadores do Brasileirão.